23 de junho de 2009
Relatos de um travesseiro.
As badaladas do relógio ecoavam, 1,2,3 de uma madrugada que parecia não ter mais fim, o dia havia sido lindo, cheio de boas companhias e gargalhadas que pareciam não ter fim, porque tudo havia mudado? As melodias tocam e a fazem pensar, as lágrimas lhe escorrem pelo rosto, teimosas. Um misto de raiva e impotência a tomavam e faziam seu coração bater devagar e abafado, a cada pulsar a dor aumentava e a fazia encolher-se embaixo do cobertor. Desapontada consigo mesma, nunca havia quebrado uma promessa e dessa vez quebrava todas as já feitas, e o pior, o que a matava, as promessas haviam sido feitas a ela mesma. Como se sentiu falha, duas noticias mudaram o curso de sua noite, uma delas já não lhe importava mais, não lhe dizia respeito, então diante dela calou-se, bastava apenas torcer por seu nobre amigo e desejar que somente o melhor lhe ocorresse. A outra noticia a dilacerou, antes ter ficado na ignorância, antes ter ficado no mundo ilusório que ela mesma havia criado,-" Mania estúpida de perguntar.", Pensou ela. Provar do próprio veneno, nunca pensou que era tão ácido e tão agoniante, ela precisava de tempo. Uma viajem a aguarda se ela pudesse deixar toda sua dor para trás, assim faria. Tentaria matar toda sua dor em outros braços, com outro gosto, e um cheiro distinto. As bobagens ditas naquela tarde já não faziam sentido, apenas queria que aqueles braços a envolvessem e a transportassem para longe dali. O travesseiro já não servia para enxugar suas lágrimas, talvez ele nunca a tivesse visto daquele jeito, o travesseiro se pudesse lhe perguntar o que ocorreu, talvez preferiria não saber, tamanho era o desespero da moça que se recostava nele. "-Burra, burra.", ela resmungava consigo mesma , o travesseiro ainda calado, resolveu assim permanecer. De tanto chorar adormeceu, o trevesseiro pensou consigo -"Finalmente ela está em paz.", ele estava errado. Em menos de uma hora o despertador a acordou, ela se recusou a levantar, mas não podia mais evitar, ela se levantou e sentiu um peso sobre si, fez tudo devagar, se recusou a pensar, perdeu suas chaves e queria ter perdido também seu coração, o alívio seria tão grande... Saiu andando como de costume, continuaria evitando de pensar, olhava para o céu e reparava em cada nuvem, também não quis ouvir suas músicas,não queria pensar.Pensou ao chegar, que tentaria evitar as pessoas, não queria perguntas. Não queria sorrir mas se esforçou... Passaram-se cinco minutos, alguém ressaltou o o nome dele, a dor tomou conta de seu peito novamente, ela apenas queria evitar, pediu somente para não se tocar no assunto. Seu peito apertado, sem ar ela se sentiu, não conseguia falar, e se afogou em seus poemas. -"Que esse dia passe rápido.", Foi somente o que ela desejou.
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^^...travesseiro, ele assiste maioria de nossas dores, contentamento, desejos, sonhos...ele assiste mudamente, o que melhor que nosso travesseiro pra compartilhar afago, choro, descanso, desespero...enfim.... (tbm gosto de escrever sobre travesseiro.....;)...)
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